Categoria: Artigos
Data: 01/08/2025

“Mas quem é direito faz planos honestos e é correto em tudo o que faz” Isaías 32:8 - NTLH

“Os presbiterianos, da IPCG, seguem o calendário eclesiástico ou Litúrgico?”

Os presbiterianos, da Central do Gama, seguem o calendário da igreja conforme refletido nas Escrituras Sagradas, ou seja, nos reunimos, sempre, no primeiro dia da semana, lembrando que foi o dia em que o Senhor Jesus ressuscitou dos mortos (cf. Mt. 28:1; Mc. 16:9; Lc. 24:1; Jo. 20:1; At. 20:7; 1ª Co. 16:2; Ap. 1:10). Cremos que o Senhor separou o primeiro dia da semana (domingo), como o dia para adorá-lo. Fora dessas passagens, não temos nenhum mandamento explícito para adorar a Deus em qualquer outro dia, em adoração coletiva solenemente. O calendário eclesiástico (litúrgico), como reconhecido em muitas igrejas históricas, inclusive algumas presbiterianas, sem dúvida, tem raízes antigas na história da igreja, mas está principalmente associado à Igreja Católica Romana medieval. Esse calendário eclesiástico (litúrgico) está vinculado a um lecionário – ou seja, um calendário prescrito de leituras das Escrituras e homilias para corresponder ao dia do calendário. Portanto, os presbiterianos, da Central do Gama, desfrutam de uma vida de adoração rica e plena quando se reúnem, todo primeiro dia da semana (domingo), conforme as Escrituras e, também, todas as quartas-feiras; além das demais programações, como as realizadas pelas das Sociedades Internas, dos Pequenos Grupos e dos Ministérios da igreja, para pregação, ensino, louvor, oração, edificação, comunhão e anuncio de que Cristo é o Senhor da Igreja; que Ele veio, que Ele ressuscitou e que Ele voltará! Ainda se acrescenta, a esta resposta, que... Quanto as atividades de adoração do povo de Deus, étnico, há um ensinamento bíblico para isso; as semanas de festas do Israel do Antigo Testamento (Ex. 23:14-17; 34:18-23; Lv. 23; Nm. 28-29): a primeira é a Páscoa, celebrada junto à dos Ázimos ou Asmos; a segunda é a Festa das Colheitas ou Semanas que, a partir do domínio Grego, recebeu o nome de Pentecostes; finalmente, a festa dos Tabernáculos ou Cabanas. Essas festas estavam relacionadas a eventos redentores específicos e temas teológicos, e tinham suas próprias formas de observância.

Obs.: A festa da Páscoa e Pães Ázimos ou Asmos, fala da libertação do povo da escravidão da terra do Egito e a dos Pães Asmos (que era seguida a festa da Páscoa), fala da pureza e da santidade do povo de Deus; A festa das Colheitas ou Semanas refere-se à celebração da bondade de Deus em conceder provisão (abundante) ao seu povo, através do fruto abundante da terra. A festa dos tabernáculos, por exemplo, lembrava as peregrinações no deserto e a provisão de Deus para o povo de Israel. Durante essa semana, todos os anos, o povo vivia em cabanas para se lembrar de sua condição de peregrinos no mundo e lembrar que Deus habitava no meio do seu povo.

É claro que o valor dessas observâncias está no ensino dos grandes eventos redentores na vida de nosso Senhor Jesus Cristo. Há princípios espirituais que podem ser ensinados em cada ocasião. É sempre uma boa ideia ensinar a história [os defensores do calendário eclesiástico (litúrgico) citam esse motivo e outros apontarão que tal observância dá um ritmo ao ano]. Sem esquecer, repito, que em muitas tradições, o calendário eclesiástico (litúrgico) está vinculado a um lecionário – ou seja, um calendário prescrito de leituras das Escrituras e homilias para corresponder ao dia do calendário; compreendido em: Tempo Comum; Ciclo do Natal e Ciclo da Páscoa. Apesar dessas boas razões, creio que também exista outras tão importantes para se ter cautela. Essas são razões pelas quais não damos muita atenção ao chamado Calendário Eclesiástico (Litúrgico), na Central do Gama.

Primeiro, há uma razão bíblica. Embora seja verdade que o Israel do Antigo Testamento seguia formas exteriores rigorosas, tudo isso mudou no Novo Testamento. Todo o sistema religioso do Israel do Antigo Testamento foi subsumido à fé pessoal em Jesus Cristo. Há uma simplificação enorme em ação na Nova Aliança, com apenas dois sacramentos: o do batismo e o da Ceia do Senhor. As formas exteriores deram lugar à realidade interior. O Livro de Hebreus enfatiza isso bastante. Creio que essa mudança esteja por trás da advertência do apóstolo Paulo em Colossenses 2:16-17: “¹⁶ Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, ¹⁷ porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo”.

Segundo, há uma razão histórica. O calendário eclesiástico da igreja, sem dúvida, tem raízes antigas na história da igreja, mas está principalmente associado à Igreja Católica Romana medieval. Durante a Reforma, os vários novos grupos passaram a encarar a questão do culto com uma nova perspectiva, como resultado da teologia que haviam recebido da Bíblia. Havia duas abordagens principais para isso. Uma abordagem, tipificada pelos luteranos, era que, desde que algo não fosse proibido nas Escrituras, poderia ser empregado no culto. Assim, os luteranos frequentemente continuam a usar o antigo calendário eclesiástico (ou litúrgico) e até mesmo o lecionário. A outra abordagem sustentava que não devemos incluir um elemento no culto a menos que seja ordenado nas Escrituras – esta seria a visão reformada ou calvinista. Deus determina como Ele será adorado; qualquer inovação humana, por mais sábia que pareça, é uma intrusão na esfera onde somente Deus tem o direito de autorizar.

Obs.: Não seria justo se não apontasse que um dos motivos históricos dos protestantes era distanciar-se do catolicismo romano. Também é justo dizer que a maioria das igrejas protestantes – pelo menos as igrejas protestantes evangélicas – não segue o calendário eclesiástico não apenas porque ele está ligado ao catolicismo, mas também por causa do formalismo religioso que também está ligado ao catolicismo romano, bem como a outras liturgias da chamada “alta igreja”. Não é que isso necessariamente produza algo assim, mas que está historicamente associado as igrejas que seguiram as formas exteriores sem muito entusiasmo interior ou fé real. Portanto, com ou sem razão, os evangélicos tendem a se esquivar de formas litúrgicas explícitas de todos os tipos – em muitos casos, exagerando a ponto de criar um vácuo litúrgico no qual elementos ainda piores fluem (o que não é o caso da IPCG). Ainda cabe considerações que moldam o calendário da Central do Gama, pois celebramos e homenageamos o dia das Mães; o dia dos Pais; o dia de Ação de Graças; o dia do Presbítero; o dia do Diácono; o dia do Pastor; etc., mas ignoramos o ciclo de Advento; Natal; Epifania; Quaresma; Páscoa; Ascensão e Pentecostes. Embora se acredite que a forma e a estrutura litúrgicas sejam importantes e valiosas, também acho que o calendário eclesiástico tende a promover um formalismo de natureza inútil. Nossa atenção é atraída para o festival em questão, e, portanto, para a festividade, com o inevitável espetáculo religioso, em vez da realidade espiritual apresentada pela Palavra de Deus.

Terceiro, há uma razão prática - a saber, que você não pode fazer tudo; por mais que façamos. Em nossos cultos (solene, EBD, ensino, etc.), deliberadamente incluímos itens como a leitura responsiva das Escrituras do Antigo e do Novo Testamentos. Afirmamos nossa fé usando o Credo dos Apóstolos e as perguntas da Confissão de Fé de Westminster, do Catecismo Maior e do Breve Catecismo (no boletim dominical), etc. A questão é que há muitas coisas valiosas que podemos fazer, e que não podemos fazer tudo – pelo menos não podemos fazê-lo bem.

Quarto, há uma razão metodológica. Queremos muito que as pessoas aprendam verdades bíblicas-históricas da religião, e particularmente os eventos histórico-redentivos na vida e ministério de Jesus Cristo. Mas não fazemos isso por meio de um calendário, mas sim pelo ensino expositivo da Bíblia. Não queremos falar sobre a ressurreição apenas no Domingo de Páscoa, nem sobre o nascimento de Cristo apenas no Domingo de Natal, mas falar sobre esses e outros temas por causa do ensino das Escrituras em seu próprio contexto. Queremos deixar que as Escrituras definam nossa agenda e cronograma, ensinando as verdades da nossa fé de acordo com o contexto da própria revelação de Deus nas Escrituras Sagradas e não de acordo com um calendário da igreja, que em nenhum lugar nos é exortado no Novo Testamento. Ainda há que se acrescentar que temos uma tradição histórica e bíblica, do período da Reforma Protestante do Século XVI, que podemos seguir, que é o Princípio Regulador do Culto. A Confissão de Fé de Westminster XXI.I registra: “A luz da natureza mostra que há um Deus que tem domínio e soberania sobre tudo, que é bom e faz bem a todos, e que, portanto, deve ser temido, amado, louvado, invocado, crido e servido de todo o coração, de toda a alma e de toda a força; mas o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo e tão limitado pela sua vontade revelada, que não deve ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens ou sugestões de Satanás nem sob qualquer representação visível ou de qualquer outro modo não prescrito nas Santas Escrituras.” (Rm. 1:20; Sl. 119:68; 31:33; At. 14:17; Dt. 12:32; Mt. I5:9; 4:9, 10; Jo. 4:3, 24; Êx. 20:4-6). Essas são as razões pelas quais, a IPCG, não segue o calendário eclesiástico (litúrgico), muito menos qualquer lecionário prescrito. Embora vejamos alguns dos benefícios de tal sistema, consideramos mais importante sermos um povo cuja agenda seja definida pelo ensino contínuo e expositivo da Palavra de Deus; a Bíblia. Embora o objetivo de aprender a história de nosso Senhor e sua obra redentora seja realmente digno, creio que ele seja muito melhor alcançado pelo ensino completo e contínuo da Bíblia. Cremos que haja sabedoria no calendário eclesiástico (litúrgico); não cremos que precisemos segui-lo servilmente - na verdade, impô-lo provavelmente vai contra as instruções das Escrituras e da história da igreja (lê-se Reforma Protestante). Há algo de sábio em ensinar nossos irmãos, na Central do Gama, para que pensemos cristãmente sobre nossas vidas, moldando o que fazemos ao longo do ano (e não necessariamente apenas nos dias do denominado calendário, compreendido em Tempo Comum; Ciclo do Natal e Ciclo da Páscoa) para se adequar ao evangelho. Adotamos um padrão de ritmos anuais como igreja, independentemente do que façamos. Nos parece realmente estranho que sejamos moldados por qualquer coisa que não seja a história da vitória de Jesus sobre o pecado, Satanás e a Morte, bem como seus ensinamentos para um viver em santidade diante de Deus e dos homens, bem como os demais temas revelados nas Escrituras Sagradas!

Conselho da IPCG



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